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Marcas de consumo e tecnologia concorrerão no campo da saúde, diz relatório

Imagem: Solen Feyissa/Unsplash

As fronteiras no território de saúde para marcas de consumo e de tecnologia estão cada vez menores. E isso criará uma alta concorrência nesse campo, aprofundando transformações, segundo o relatório “Health 2030: How Brands Can Create Meaningful Change through Health Innovation”, da Dentsu Health. O documento mapeia movimentos emergentes em saúde e busca apontar caminhos de inovação para que marcas se posicionem para a próxima década.

O contexto você já conhece: a covid-19 acelerou tendências que já estavam latentes no mundo, especialmente de digitalização de processos. No território de saúde, talvez o que mais sinta efeitos diretos da pandemia, isso não seria diferente. E o que se vê são transformações rápidas e profundas que se comunicam com os mais diversos setores.

“Vimos mudanças dramáticas temporárias e permanentes em todos os aspectos da sociedade. Essas mudanças causaram transformações aceleradas em todo o ecossistema da saúde e influenciaram o comportamento do consumidor e do paciente, o que aponta como as marcas precisam repensar sua abordagem à saúde nos próximos dez anos”, diz o texto do report assinado por Matt McNally, presidente global da Dentsu Health, e Kent Groves, head de estratégia.

Veja três movimentos apontados no estudo:

1. Fronteiras baixas entre saúde e consumo

Segundo o relatório, as linhas que separam os campos de saúde, bem-estar e estilo de vida estão cada vez menos perceptíveis. Isso cria tendências de consumo cruzado entre os territórios. Mas, enquanto para marcas de consumo isso cria oportunidades, para as que atuam com foco em saúde, será necessário encontrar modos de se diferenciar.

“Marcas de consumo com foco no bem-estar se tornarão os principais concorrentes no espaço da saúde, moldando as expectativas do cliente por uma experiência ponta a ponta mais completa e contínua sobre como produtos e serviços, incluindo tratamentos, são acessados”, diz o relatório.

2. Wearables e autocuidado

A proliferação de aplicativos e wearables, dispositivos dedicados a automonitoramento de funções corporais, continuará. Tanto para o campo do bem-estar, quanto no de tratamento, com equipamentos que rastrearão anticorpos, colesterol, açúcar no sangue, conteúdo de oxigênio, biomarcadores, entre outros.

“As marcas tradicionais de saúde vão investir neles para obter acesso e apelo mais amplo do consumidor, enquanto as marcas de estilo de vida começarão a se misturar no espaço de saúde e competir com empresas estabelecidas”, aponta o relatório.

3. ‘Amazonificação’ da saúde

As marcas de saúde precisarão integrar seus produtos e serviços dentro do ecossistema de grandes marketplaces, segundo o relatório, mas também formar parcerias para fornecer experiências completas que abrangem diagnóstico, cobertura, varejo e tratamento para competir com elas.

A ‘amazonificação’ da saúde é iminente. Na área da saúde, testemunharemos algo semelhante ao que há do varejo”, prevê o relatório da Dentsu. “As marcas de saúde que terão sucesso nos próximos dez anos serão aquelas que entenderem como criar e otimizar relacionamentos com as ‘titãs’ do marketplace. No entanto, depender de um único varejista pode limitar oportunidades de crescimento.”


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