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Rio2C: ‘Marca que não olhar para a CTV ficará perdida’, diz Lucca Rossini, da Samsung 

Imagem: Petter Lagson/Unsplash

Parte significativa dos brasileiros com acesso à TV conectada (CTV) já abandonou os canais tradicionais de TVs aberta e fechada para assistir aos seus programas preferidos, migrando completamente para o consumo desses conteúdos via plataformas e aplicativos de streaming, ressalta Lucca Rossini, head comercial da Samsung. “Se você é uma marca e não está olhando para a CTV e para esses dados, possivelmente você vai ficar um pouco perdida”, disse.

Ele fala de números da própria Samsung, a partir de trackeamento de aparelhos da marca nos lares brasileiros. Lucca afirma que, hoje, a Samsung detém mais de 50% de representatividade no ecossistema de TV conectada. São aproximadamente 15 milhões de devices habilitados a receber conteúdo digital. Desses, 30% deixaram de consumir conteúdo das operadoras de TV tradicionais para transmitir unicamente vídeos por streaming.

“Se a gente multiplicar por 2,7 (média de pessoas nesses lares), são mais de 10 milhões de pessoas que uma marca, se quiser trabalhar a publicidade pelos meios tradicionais, já não vai conseguir impactar”, calcula o executivo.

A fala foi durante o primeiro dia de Rio2C, um dos maiores encontros de criatividade da América Latina. O executivo foi um dos convidados do painel “Marcas, as novas inquilinas do ambiente streaming”. A conversa contou ainda com a presença de Lilian Prado, diretora geral da Showheros, e Renata Fernandes, diretora de produtos digitais da Globo. O UOL é um dos parceiros de mídia do evento que traz temas relevantes para a indústria criativa. A programação vai até domingo (16).

“Por que eu acho que caiu tanto no gosto dos brasileiros o streaming e a TV Conectada? São vários motivos. Antigamente, a gente consumia conteúdo de uma forma linear. Ou seja, para assistir a um filme, precisava esperar terminar a novela. E, para ver a novela, precisava esperar acabar o jornal. Você não tinha muita ingerência sobre o conteúdo”, afirma. “Com a chegada das plataformas de streaming, você tem o controle da sua rotina. Você determina o que consumir na hora que quer, quando for mais conveniente. A tomada de decisão mudou de lugar.”

O hábito de pagar pacotes de TV fechada com centenas de canais também deixou de ter apelo. “Não faz mais sentido pagar para ter acesso a 200 canais, se consumo cinco. Hoje eu posso até gastar o que eu gastava, mas em plataformas que realmente me interessam. Além do que hoje a TV, como hardware, oferece uma experiência muito mais interessante e imersiva. É muito fácil encontrar um conteúdo que você queira. Sem contar a conectividade e o  acesso à banda larga. São algumas razões para a CTV ser um caminho sem volta.”

Segundo ele, a Samsung está numa posição privilegiada nesse ecossistema, por deter o hardware e o software do televisor, além de ter entrado recentemente no negócio de produção de conteúdo com a Samsung Ads. “A gente consegue ter uma análise quase transversal a respeito de como as marcas fazem parte desse ambiente.”

Três premissas são importantes para guiar as ações das marcas no ecossistema de CTV, na visão do executivo. “Primeiro, elas têm de respeitar o ambiente, independentemente de o consumidor estar ou não pagando, ele está ali para consumir um conteúdo. Então, a marca interromper não vai causar uma experiência legal e entregar a mensagem que quer. É premissa básica a marca respeitar e ser generosa”, diz. A segunda é contextualizar a informação, e os dispositivos digitais oferecem recursos para isso. E o terceiro pilar é ser criativo. “Se a marca fugir da mesmice consegue se colocar em outro patamar.”


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