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Pesquisa com mulheres empreendedoras LGBTQIAP+ aprofunda debate sobre diversidade

Imagem: Divulgação

Painel patrocinado por Avon contou com Raquel Vírginia, CEO da Nhaí, Mulher Pepita, Bruniely Lemos, embaixadora do Instituto Avon, e Viviane Pepe, diretora de comunicação da marca

Para muitas mulheres empreendedoras LGBTQIAP+, tocar um negócio é a principal via para obtenção de renda, dado o desemprego e o preconceito no mercado de trabalho. Esta é uma das principais descobertas do estudo “Um olhar para o Empreendedorismo de Mulheres LGBTQIAP+”, realizado pela AlmapBBDO em parceria com a Nhaí, consultoria em comunicação com foco em diversidade.

O perfil, as dificuldades, os planos futuros e os sonhos de mulheres empreendedoras LGBTQIAP+ foram traçados pela pesquisa, que se define como “um recorte de um recorte de um recorte”, com uma amostragem de 174 respondentes pelo país. Mas, apesar de ser um nicho delimitado, ganha especial relevância à medida que aprofunda as conversas sobre diversidade. O estudo foi apresentado ao mercado no evento Contaí!, realizado no Masp, com patrocínio de Avon e Ambev.

Segundo dados do estudo, as dificuldades para obtenção de renda foram ainda mais intensificadas com a pandemia, empurrando essa população a iniciar um negócio, mesmo que informal: 32% das empreendedoras LGBTQIAP+ começaram a atividade nos últimos 24 meses.

Embora 67% das respondentes tenham afirmado que abrir seu próprio negócio foi uma opção, uma parcela significativa (33%) declarou ter iniciado a empresa por não haver outra alternativa. Empreender foi a saída para driblar o desemprego (54%), a falta de dinheiro (19%) ou o preconceito pela orientação sexual (13%) que as impede de conseguir trabalho. As áreas de moda e beleza são as mais procuradas (54%), seguida de gastronomia (12%) e produção de conteúdo (7%).

Das que utilizaram financiamento bancário para começar o negócio, a maioria (64%) disse que seu gênero e orientação sexual dificultaram a busca, obrigando-as a perder muito tempo até encontrar uma alternativa.

O objetivo do estudo e do evento Contaí! é atrair o mercado para ações afirmativas em empresas, governos e instituições, além de parcerias com marcas. “Já está comprovado que abrir oportunidades para uma maior inclusão, diversidade e representatividade reflete em mais geração de negócios onde todo mundo ganha. Essa amplitude de horizontes possibilita não somente a autonomia da população empreendedora LGBTQIAP+, para tomar a frente de suas próprias narrativas, como favorece o mercado. Pensar em diversidade é pensar em economia criativa”, diz Raquel Virginia, cantora e CEO da Nhaí.

Para que iniciativas nasçam, é necessário olhar de forma aprofundada para o grupo, segundo João Gabriel Fernandes, vice-presidente de planejamento da AlmapBBDO. “A partir do momento em que se conhece o público, seu perfil e desafios, não apenas damos visibilidade, mas também nos tornamos capazes de gerar novas ideias e ações que possam auxiliar esse público a empreender não apenas em ‘modo de sobrevivência’, mas cada vez mais de forma estruturada e estratégica”, disse.

Do ponto de vista das marcas, apoiar negócios de mulheres LGBTQIAP+ é uma forma de se posicionar e contribuir ativamente na transformação social. “Nós, da Avon, acreditamos ter um papel fundamental no processo de mudança da sociedade e isso passa pelo apoio ao empreendedorismo feminino, também das pessoas LGBTQIAP+ e fazemos isso de uma maneira intencional, para ampliar a representatividade de todos os grupos”, disse Viviane Pepe, diretora de comunicação da Avon Brasil.

Presente no evento, Carolina Braga, gerente de planejamento e insights do UOL, entende que o tema do empreendedorismo, especialmente o digital, é de extrema relevância para populações minorizadas, pois representa saídas seguras para evitar preconceitos e violências que enfrentam no mercado de trabalho tradicional. “Além da urgência de implementação de metas de inclusão, os números da pesquisa evidenciam as oportunidades de marca que existem ao fortalecer negócios de mulheres LGBTQIAP+, criando conexões potentes com seus consumidores, integrantes de uma sociedade plural por natureza.”


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