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Uso do mobile avança três anos em 12 meses e muda comportamentos, diz App Annie

Imagem: Khiet Tam/Unsplash

O uso de dispositivos móveis avançou três anos em apenas um, ao longo de 2020, considerando o boom em horas gastas, consumo via aplicativos e investimento em mídia. O levantamento é do relatório anual State of Mobile 2021, da consultoria em análise de dados App Annie, divulgado este mês.

Segundo o report, o consumo em lojas de aplicativos cresceu 20% no ano, alcançando a marca de US$ 143 bilhões; o número de horas diárias gastas por pessoa subiu 20% (para 4,2 horas), e o investimento em anúncios saltou 26%, chegando a US$ 240 bilhões.

Esse conjunto de fatores, segundo o estudo, é resultado de uma mudança de comportamento no mobile, que ganhou relevância ainda mais central nas jornadas de consumo de conteúdo e de produtos, como efeito da pandemia de covid-19.

Veja três mudanças de comportamento apontadas no estudo:

M-commerce muda comportamento de compra

O m-commerce apresentou um notável boom em 2020. De modo geral, o aumento no número de horas gastas no mobile subiu 20% globalmente em 2020, mas se olhados apenas os aplicativos de compras, esse aumento foi de 30% no ano. Outro recorte mostra que, fora da China — que já incorpora o hábito há mais tempo –, essa alta foi de 45%.

Esse avanço proporcionou novos comportamentos de compra que se destacaram em 2020, segundo o report. De acordo com o relatório, as emergentes estratégias de social e live shopping, como o shopstreaming, apresenta US$ 2 trilhões em oportunidades para 2021. Com isso, o report recomenda que para “capitalizar em um mercado em rápido crescimento – use dados para segmentar, criar estratégias e identificar oportunidades para impulsionar o crescimento do varejo de primeira linha.”

Streaming no mobile avança sobre TV

O número de horas gastas no streaming pelo celular aumentou 40% em 2020, segundo o App Annie, atingindo o pico no segundo trimestre, quando a primeira onda de covid-19 forçou as pessoas ao distanciamento social. “Acessando de qualquer lugar, os consumidores preferem o celular à TV”, diz o report. “Mesmo em casa, os consumidores se voltaram para as telas pequenas – para transmitir conteúdo ou como segunda tela de exibição.”

Para aproveitar as oportunidades abertas por essa tendência, o App Annie recomenda às marcas maximizar sua produção e investimento em streaming para mobile. “Saiba onde concentrar seus anúncios, crie seu streaming por meio de parcerias e se guie por análise de dados de alta demanda.”

Anúncios de tela cheia surfam em 2020

O celular impulsionou a indústria de anúncios em 2020, com investimentos subindo para US $ 240 bilhões. Segundo o report, chama a atenção a diferença na alta desses investimentos nos países pesquisados, com aumentos na casa de 335% na Turquia, 175% no México, 170% no Brasil, 165% França, e 95% nos EUA.

E chama a atenção ainda a alta na estratégia de anúncios de tela cheia, que tiveram o maior crescimento anual. Só no Brasil, esse formato de anúncio cresceu 362%, segundo o estudo. Isso se explica, segundo o report, pelos “cortes de investimentos em outros meios induzidos pela covid-19 nos orçamentos de marketing que provavelmente levaram os anunciantes a buscar estoques mais baratos.”


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