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Luciana Rodrigues, da Grey: momento é de ressignificar a propaganda

Imagem: Divulgação

Luciana Rodrigues acaba de assumir a posição de CEO da Grey Brasil, ao lado de Max Geraldo (CCO). A dupla compartilha a presidência da companhia desde janeiro de 2020, com a missão de ressignificar para o país o lema global da agência, “famously effective”. Segundo ela, é uma tarefa ambiciosa. “Quando falamos em ressignificar a missão da Grey, tem vários layers, mas é sobre ressignificar a propaganda”, afirma a publicitária.

Em que sentido? No mais responsável possível. Para Luciana, esse novo olhar passa por assumir que a indústria da publicidade impacta a sociedade e precisa buscar modos de a propaganda contribuir com essas transformações de forma positiva.

Eu só voltei para a publicidade porque acreditei que a gente pode fazer diferente, usar a inteligência e o poder que as marcas têm para gerar impactos”, afirma a executiva, que chega à Grey Brasil após um longo caminho em produtores de conteúdo, como Buzzfeed e Warner Media.

De acordo com ela, essa ideia será um norte para as ações da agência, que visa posicionar marcas para serem amadas, deixando legados. “Tudo o que a gente criar será pautado em impactar a sociedade. Como usar a máquina da propaganda em prol das pessoas, como trazer conteúdos, repensar maneiras de oferecer serviços? A gente quer ser responsável e desenhar o mundo que queremos ver no futuro”, afirma.

Em meados de abril, antecipa Luciana, pelo menos duas ou três campanhas já começam a refletir esse posicionamento. “Serão movimentos que têm a ver com impactar a sociedade. É isso que me move, me dá paixão.”

Por sua extensa bagagem anterior em publishers, Luciana entende que a escolha de seu nome para compartilhar a presidência da companhia, ao lado de um criativo, aponta para um direcionamento da agência que deve privilegiar a criação de conteúdo.

“Com certeza, conteúdo é o que está pautando como as marcas vão se relacionar com as pessoas. A gente sabe que cada vez mais as pessoas têm menos tempo, e se não for através de entretenimento, conteúdo emocional, serviço, as marcas não capturam tanta atenção.”

O novo alinhamento deve ainda mexer com a organização interna da agência. “Nos próximos dois meses, a gente vai passar por uma grande reformulação da estrutura, na maneira de trabalhar, junto com as lideranças que estão aqui, para usar o conhecimento e o que já foi construído, valorizar e repensar juntos”, diz Luciana.

Outro direcionamento será uma maior abertura para atuar de forma colaborativa com parceiros. “Plugar e desplugar talentos e projetos, ter um pensamento de startup, de testar e pivotar, para estar ligado no que está acontecendo no mundo. Trazer nômades digitais, que podem estar em qualquer lugar do mundo, descentralizar. A gente acredita muito no processo colaborativo dentro e fora, nos talentos de outras disciplinas”, afirma.

Tudo isso sem tirar os olhos do negócio, mas com foco em criatividade. “Não dá para só falar de negócio. Se não for sobre criatividade, é uma consultoria. O core das agências, ao longo dos anos, foi perdendo a sua relevância e espaço. Mas a criatividade está no core de qualquer grande indústria, porque criatividade gera negócios.”

Minibio

Luciana Rodrigues é graduada em propaganda e marketing pela Universidade Mackenzie, com especializações na Universidade da Califórnia e FGV. Iniciou sua carreira na W/Brasil, passou por F/Nazca. Na JWT, em dez anos, foi diretora de negócios e chegou a head de clientes de serviços. Foi VP de inovação para a América Latina da WarnerMedia por cinco anos. Foi gerente geral das operações do BuzzFeed Brasil e conselheira para JA Worldwide. É CEO e presidente na Grey Brasil desde janeiro de 2020.


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